Quem é o nefropediatra e quando procurar um nefrologista pediátrico?



O Nefrologista Pediátrico é o médico responsável pelo cuidado dos rins e do trato urinário de bebês, crianças e adolescentes. Esse profissional é muito importante na suspeita e no diagnóstico precoce das doenças do trato urinário infantil, o que permite uma maior agilidade no tratamento e evita possíveis problemas mais sérios no futuro.


Quais as principais doenças identificadas e tratadas pelo nefropediatra?

Apesar de novos, crianças e adolescentes também estão sujeitos a doenças renais agudas ou crônicas, bem como patologias congênitas ou adquiridas. Nessa etapa da vida, as enfermidades nefrológicas mais frequentes são: infecção urinária, problemas da micção (incontinência urinária ou dificuldade para urinar), hipertensão arterial, anomalias congênitas do trato urinário, urolitíase (cálculo ou pedra nos rins), hematúria (sangue na urina), proteinúria (muita proteína na urina), glomerulopatias (nefrites, síndrome nefrítica e síndrome nefrótica), doenças císticas renais, distúrbios eletrolíticos e ácido-base e doença renal crônica.


Quais as possíveis malformações congênitas que podem afetar uma criança?

Malformações congênitas dos rins e dos ureteres ocorrem em cerca de 3 a 4% dos recém-nascidos, sendo as anomalias da forma e posição dos rins as mais comuns. As anomalias podem ser da forma ou número dos rins, do seu tamanho, de sua posição ou rotação, ou ainda dos seus lobos, cálices ou papilas, pelve renal, ou ureteres; estruturas dos rins e do sistema urinário superior.

Essas alterações da formação dos rins podem ser avaliadas por meio de exames como a ultrassonografia e a urografia excretora, e ainda tomografia computadorizada, servindo para diagnóstico, tratamento e avaliação de complicações.

Abaixo seguem as principais malformações congênitas dos rins e sistema urinário.

Principais malformações congênitas renais


Hipoplasia: é uma alteração do tamanho do rim. Há um defeito no desenvolvimento e os componentes do sistema coletor do rim ficam pouco numerosos, apesar de funcionarem normalmente. A presença de hipoplasia renal tem sido associada a infecções e hipertensão arterial.

Fonte: encurtador.com.br/boruE

Hiperplasia: outra anomalia do tamanho, ocorre geralmente no rim do lado contrário ao rim que se desenvolve hipoplásico.

Rim em ferradura: é a anomalia renal mais comum e é mais encontrada entre os homens. Ocorre uma fusão dos dois rins, nas suas porções inferiores. Pode não causar sintomas, ou ainda causar hidronefrose, infecções ou cálculos.

  

Fonte: encurtador.com.br/nrC16



Fonte: encurtador.com.br/qsBV9


Rins em panqueca: os rins formam uma massa única dentro da pelve, pode gerar complicações em gestantes ou em acidentes traumáticos.

  Fonte: encurtador.com.br/jkzFP

Rim ectópico: acontece quando há uma falha na migração natural do rim da cavidade pélvica durante o desenvolvimento embrionário. Pode estar situado anomalamente dentro da pelve, na lombar, dentro da cavidade abdominal, ou ainda do tórax.

Agenesia renal: é quando há uma ausência de tecido renal secundária à falha na embriogênese, pode ser uni ou bilateral.

Fonte: encurtador.com.br/alAQ9


Rim supranumerário: terceiro rim funcionante, separado dos outros dois, com vasos próprios. É extremamente raro a mais rara de todas as anomalias renais.

Persistência das lobulações fetais: É a persistência de sulcos na superfície renal que são encontrados no rim fetal e costumam desaparecer durante a infância como consequência do crescimento e aumento do número de células.

Fonte: encurtador.com.br/alAQ9


Corcova em dromedário: É uma proeminência única localizada na parte de trás do rim esquerdo, provavelmente devido a uma impressão do baço durante a vida embrionária.

Fonte: encurtador.com.br/alAQ9


Hipertrofia dos septos de Bertin: colunas de tecido cortical renal, localizadas entre as pirâmides renais, resultantes da fusão de dois ou mais lobos renais.

Fonte: encurtador.com.br/alAQ9


Anomalias da pelve renal e do ureter:

Estenose da junção ureteropélvica (JUP): é a anomalia urinária mais comum na infância e mais frequente nas crianças do sexo masculino, e quando diagnosticada tardiamente, é mais comum em mulheres. Há um estreitamento da JUP que impede o esvaziamento adequado da pelve renal resultando em hidronefrose.

Duplicidade do sistema coletor: há dois sistemas coletores para um único rim e dois ureteres de um mesmo lado, que desembocam em orifícios separados. Infecções, refluxo vesicoureteral e obstrução da JUP são complicações comuns.

Pelve renal bífida: apenas a pelve renal está dividida, continuando a existir apenas uma JUP. É uma anomalia relativamente comum, podendo ocorrer em até 10% da população.


Sinais de alerta para doenças renais em crianças?

A suspeita de doença renal crônica (DRC) deve ser iniciada pela pesquisa dos antecedentes pessoais e familiares, valorizando os dados da ultrassonografia pré-natal, antecedentes de infecção do trato urinário (ITU), a pesquisa de casos de malformações do trato urinário (MFTU) ou de insuficiência renal crônica (IRC) na família e os dados epidemiológicos relativos à etiologia da IRC na infância.

Pacientes com DRC podem ter poucos sintomas por longos períodos, por isso é necessária a pesquisa objetiva por meio de exames de rotina ou de avaliações específicas. O exame de urina de rotina deve ser realizado pelo menos uma vez durante cada etapa da infância. Embora a presença isolada e transitória de hematúria ou leucocitúria não represente, na grande maioria dos casos, DRC, o encontro de proteinúria ou mais especificamente, o aumento da relação proteína/creatinina em amostra isolada de urina (>0,2) deve ser considerada e merece avaliação minuciosa do caso.

Em lactentes, como as MFTU são as principais causas de IRC, as manifestações mais comuns são os episódios de ITU e os distúrbios hidroeletrolíticos. Episódios de ITU são frequentes e devem sempre ser motivo de pesquisa da função renal e de MFTU. Por outro lado as MFTU apresentam frequentemente defeitos na concentração urinária, com poliúria, natriurese elevada e tendência à desidratação.

Em pré-escolares e escolares a IRC em estágios avançados (4 e 5) também se expressam com retardo de crescimento, com deformidades ósseas, anemia resistente ao tratamento com ferro,e, inclusive com cefaléia e vômitos secundários à hipertensão arterial. A pesquisa de sinais e sintomas de distúrbios das eliminações (urgência e incontinência urinária, ritmo vesical diminuído e constipação intestinal) é importante, visto terem sido mostrados como causa de ITU e IRC nesta faixa etária.


Como prevenir doença renal em crianças?

O comprometimento dos rins afeta o crescimento, o desenvolvimento cerebral e a qualidade de vida dos pequenos. Uma forma importante de prevenir danos aos rins das crianças é ficar atento à infecção urinária recorrente.

Incentive a criança:
  • Estimular a criança a beber água
  • Praticar exercícios físicos diariamente
  • Não consumir muito sal e frituras (salgadinhos, biscoito recheado, refrigerante, sucos industrializados, achocolatado, embutidos como salsichas...)

Fonte:  encurtador.com.br/acvQ2

Especialistas explicam vantagens da atividade física para crianças

Fonte:  encurtador.com.br/gilGP





Referências bibliográficas:

MARANHAO, C. P.M. et al. Anomalias congênitas do trato urinário superior: novas imagens das mesmas doenças. Radiol Bras, São Paulo, v. 46, n. 1, p. 43-50, 2013.

BELANGERO, V. M. S. Doença renal crônica na infância. Definição, epidemiologia e alerta para diagnóstico. Faculdade de Ciências Médicas - Unicamp. Disponível em:<https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/Doenca_Renal_Cronica_SBP.pdf>.

BP: Beneficência Portuguesa de São Paulo. São Paulo, c2020. Disponível em: <https://www.bp.org.br/centros-de-especialidades/pediatria/nefrologia-pediatrica>. Acesso em 7 mai. 2021.

DAVITA TRATAMENTO RENAL. c2020. Disponível em: <https://www.davita.com.br/tratamento-renal/sobre-davita/historia/>. Acesso em 7 mai. 2021.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Doença Renal Crônica (DRC)

TRANSPLANTE RENAL: COMO DOAR/RECEBER UM RIM?